Pesca artesanal: uma tradição aldeense que passa de geração em geração

Pesca artesanal: uma tradição aldeense que passa de geração em geração

Conheça a história de Seu Ilmo e Sandro, pai e filho que vivem da pesca

Principal fonte de renda para diversas famílias, a pesca artesanal continua sendo uma das atividades que move a economia de São Pedro da Aldeia. Na cidade, é comum que a profissão de pescador seja passada de geração em geração, como é o caso do pai e filho pescadores, Ilmo Alves de Souza, de 72 anos, e Sandro Teixeira de Souza, de 49 anos. Neste dia 29 de junho, dia de São Pedro, o padroeiro dos pescadores e, também, do município, a Prefeitura de São Pedro da Aldeia apresenta dois profissionais que iniciaram cedo na profissão.

Ilmo, mais conhecido como Seu Ilmo, aprendeu a atividade da pesca com o pai, devido às condições financeiras da família, quando tinha apenas 12 anos. Iniciando na profissão com a captura de camarões, ele utilizava barco de remo para o trabalho. “Não tinha outra opção naquela época, a geração do meu pai já era de pescadores. Em seguida, o meu filho, Sandro, entrou na pesca comigo e, assim, seguimos juntos até hoje. Atualmente pesco com menos frequência, mas ainda sigo na atividade”, disse.

Aos 49 anos, Sandro conta que iniciou sua jornada na pesca ainda jovem, aos 8 anos. Para ele, a profissão foi a chance de conviver mais com o pai. “Para mim foi muito importante, pois pude ficar com ele e trazer o sustento. Eu observava meu pai ir pescar sozinho, então fui acompanhá-lo. Queria ir atrás dele, até chorava para minha mãe deixar e, com isso, ele passou a me levar com mais frequência e me colocava no barco, foi assim que começamos a pescar juntos”, comentou.

O pescado de ambos é diverso, mas os dois têm seus favoritos. Para seu Ilmo, o camarão era o preferido, pois era o produto que garantia maior retorno financeiro. Já para Sandro, a tainha é a favorita. Com a pesca sendo a renda principal da família, os dois são gratos à profissão. “Nós nunca passamos fome, graças a Deus consegui criar minha família com o pescado. Eu considero a Lagoa de Araruama como a minha segunda mãe, tivemos alguns apertos, mas conseguimos nos superar”, conta seu Ilmo.

Além de Sandro, os outros filhos e netos de Seu Ilmo também estão inseridos na pesca artesanal. Atualmente, apenas o bisneto do pescador, que tem 12 anos, está fora da atividade e se dedica aos estudos.

Com tanto tempo na profissão, é claro que há muita coisa para contar. As famosas “histórias de pescador” são tidas como falsas devido ao grande número de aparições fantásticas inseridas nos contos, como peixes gigantes, pescadores que sumiram e apareceram misteriosamente e, até mesmo, pescados exóticos da localidade. Contudo, seu Ilmo afirma que um fato vivido há 40 anos foi completamente real no município de Iguaba Grande.

“Eu e meu irmão Gilberto dormimos na praia da Ponta da Farinha, também conhecida como Ponta Grossa, em Iguaba. Montamos uma barraca, fizemos uma fogueira e, então, um passarinho cantou. Era uma coruja. Daí, o meu irmão começou a imitar o canto dela e eu disse a ele ‘para com isso, que não vai dar certo’. Ele riu e continuou. De uma hora para outra, a coruja foi se aproximando, se alvoroçou, até que ela entrou embaixo da barraca e foi uma confusão. Espalhou a fogueira, destruiu a barraca e eu caí com água no pescoço. Quando voltei para São Pedro, deixei a rede e o restante do equipamento lá, tive que pedir para os meus colegas buscarem”, contou Seu Ilmo aos risos.

Nesta quinta-feira, dia 29 de junho, é celebrado o Dia de São Pedro, o padroeiro dos pescadores. Seu Ilmo e Sandro costumam comparecer à Procissão Marítima, realizada pela Paróquia São Pedro, e sempre pedem por melhores pescas ao santo. “O nosso padroeiro nos ajuda bastante, melhora a pesca para gente. Sempre pedimos a ele e vemos o resultado até hoje. Estou vivo, com 72 anos e, se Deus quiser, chego aos 100 anos”, garante seu Ilmo.

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