Iniciativa promoveu curso, intercâmbio e ações de sustentabilidade em São Pedro da Aldeia e entorno da Lagoa de Araruama
Com o objetivo de fortalecer a cultura tradicional da pesca artesanal e promover a sustentabilidade nas comunidades pesqueiras, foi lançado no último sábado, 4 de outubro, o projeto Pescando Tradições, em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro. A iniciativa é uma realização do Instituto Burburinho Cultural, em parceria com a Associação dos Pescadores Artesanais e Amigos da Praia da Pitória (APAAPP), com patrocínio da Prolagos e do Instituto Aegea.
Durante seis meses, pescadores e pescadoras artesanais participarão de formações gratuitas voltadas à valorização das práticas tradicionais, geração de renda e preservação ambiental. As atividades serão realizadas na Lagoa de Araruama, combinando aulas teóricas e práticas, com o apoio de mediadores e intérpretes de Libras para garantir acessibilidade.
A capacitação terá carga horária total de 206 horas, divididas em três módulos: habilitação em pesca artesanal como cultura tradicional (30h), qualificação profissional (160h) e oficinas de produção de artesanato e biojoias (16h). Ao todo, 40 participantes serão beneficiados com o curso, que busca unir conhecimento técnico e valorização cultural.
Além da formação, o projeto prevê um intercâmbio entre pescadores da Região dos Lagos e da Costa Verde. Serão 20 profissionais selecionados — 10 de cada região — que participarão de uma imersão de 10 dias, com cinco dias em cada território, para troca de experiências e fortalecimento das redes de cooperação. Os pescadores receberão suporte com equipamentos de segurança e navegação, incluindo embarcações, coletes, rádios e sinalizadores.
Entre os resultados previstos está a publicação de um livro sobre a pesca artesanal local, com versões acessíveis em Libras, áudio e vídeo. O objetivo é registrar e difundir os saberes e histórias dos pescadores, preservando a memória coletiva e valorizando as tradições transmitidas ao longo das gerações. A presidente do Instituto Burburinho Cultural, Priscila Seixas, destacou que “o curso estrutura o conhecimento, o intercâmbio promove a troca e o livro eterniza a cultura. É uma ação completa, que conecta o patrimônio da pesca artesanal a novas possibilidades econômicas, culturais e sociais.”
A pesca artesanal representa mais do que uma atividade econômica — é um modo de vida que expressa a relação harmoniosa entre comunidades e natureza. Enraizada no conhecimento tradicional e na transmissão oral, essa prática desempenha papel essencial na conservação dos ecossistemas costeiros e na identidade cultural da Região dos Lagos.
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