Selo Bicicleta Brasil
O Selo foi criado para estimular uma mobilidade urbana mais sustentável e reconhecer boas práticas de incentivo ao uso da bicicleta
O transporte motorizado contribui para agravar as mudanças climáticas, com a emissão de gases de efeito estufa e poluentes e impacta na qualidade de vida da população que vive nas cidades. Para estimular uma mobilidade urbana mais sustentável foi apresentado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, na quarta-feira (22), o Selo Bicicleta Brasil que irá certificar empresas e órgãos públicos que adotarem medidas que estimulem o transporte cicloviário.
A apresentação do Selo Bicicleta Brasil ocorreu como parte da Semana da Mobilidade promovida pelo Ministério do Desenvolvimento Regional entre os dias 20 e 24 de setembro. Na quarta-feira, os debates celebraram o Dia Mundial Sem Carro.
O Selo busca estimular a infraestrutura cicloviária, a destinação de recursos financeiros ao transporte cicloviário, a implantação de ciclovias e vias compartilhadas, além de reconhecer boas práticas de incentivo ao uso da bicicleta. As boas práticas ficarão divulgadas em site para incentivar a adoção das iniciativas. O Selo está em processo de regulamentação e deve ser divulgado até o final de outubro, de acordo com o ministério.
A diretora do departamento de planejamento integrado e ações estratégicas do Ministério do Desenvolvimento Regional, Sandra Maria Santos Holanda, afirmou que uma das prioridades da Política Nacional de Mobilidade é valorizar a mobilidade ativa, aquela não motorizada que de forma geral acontece a pé e por bicicleta.
“Há benefícios ambientais decorrentes desse modais uma vez que tem menos carros na rua, benefícios para a saúde uma vez que se você não está em carro e em ônibus está menos suscetível a acidentes. Benefícios urbanísticos porque se consegue desafogar um pouco o espaço urbano e também econômicos uma vez que as pessoas passam a gastar menos com serviços de mobilidade”, disse a diretora.
“Hoje, na nossa carteira de investimentos, temos 440 empreendimentos voltados para a mobilidade ativa, ou seja, para essa mobilidade não motorizada. Isso, em investimento de Orçamento Geral da União e financiamento, soma mais de R$ 5,8 bilhões”, detalhou Sandra Maria Santos Holanda.
Bicicleta como meio de transporte
O servidor público Cláudio Silva vive em Brasília e vai para o trabalho de bicicleta desde 2007. Ele conta que morava em uma cidade com 220 mil habitantes, em Minas Gerais, onde só usava a bicicleta e quando chegou a Brasília teve receio de se deslocar em meio ao fluxo mais intenso de veículos e a alta velocidade.
Mas logo Cláudio se adaptou e agora são cinco quilômetros pedalando até o local de trabalho. Ele conta as vantagens de usar esse meio de transporte mais sustentável ambientalmente.
“Apesar de ficar desencorajado num primeiro momento, eu não abandonei o hábito e persisti. O que me ajudou muito foi ampliar meu conhecimento sobre as possibilidades do uso urbano da bicicleta, em especial, procurar vias mais calmas e trajetos alternativos. Ai logo fui me adaptando novamente e passei a pedalar por aqui com muita facilidade. Isso sempre foi bom pra mim, digo que faz bem pro meu bolso, faz bem pra cidade, pro meio ambiente”, relatou.
Mais ações da Semana da Mobilidade
Também como parte da Semana da Mobilidade, foi lançado, na terça-feira (21), o caderno técnico Transição para uma Mobilidade Zero Emissões. A publicação traz orientações ao poder público para fomentar uma mobilidade urbana mais sustentável. E busca conscientizar em relação aos potenciais impactos do planejamento e implementação de medidas estratégicas para a transição para uma mobilidade urbana zero emissão.
Até hoje (24), a semana ainda tem discussões sobre Sistemas de Informações em Mobilidade Urbana e Desenvolvimento Institucional da Mobilidade Urbana.
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