PF indicia Jucá, Renan e Eduardo Braga por corrupção e propina para favorecer farmacêutica no Senado

PF indicia Jucá, Renan e Eduardo Braga por corrupção e propina para favorecer farmacêutica no Senado

 

Inquérito tramita desde 2018, mas relatório final da PF só foi enviado ao STF em agosto; PGR vai analisar se denuncia senadores. Jucá nega envolvimento e g1 tenta contato com citados.

A Polícia Federal indiciou os senadores Eduardo Braga (MDB-AM) e Renan Calheiros (MDB-AL), além do ex-senador Romero Jucá (MDB-RR), sob a acusação de suposta cobrança de propina em favor dos interesses do grupo farmacêutico Hypermarcas (atualmente conhecido como Hypera Farma) no Senado.

A investigação, que teve início como desdobramento da operação Lava Jato em 2018, culminou com o envio do relatório final ao Supremo Tribunal Federal (STF) em agosto, sob relatoria do ministro Edson Fachin. O caso tramita em sigilo, e a conclusão do relatório foi divulgada recentemente pelo portal UOL, sendo confirmada pela TV Globo.

O indiciamento é um procedimento em que a autoridade policial, ao concluir a investigação, aponta indícios de crime associados a indivíduos ou grupos específicos. As conclusões foram encaminhadas à Procuradoria-Geral da República (PGR), que analisará o material e decidirá sobre a possibilidade de denúncia ao STF ou o arquivamento da investigação. Caso a PGR formalize a denúncia e o STF a aceite, os envolvidos passarão de indiciados a denunciados e, posteriormente, a réus.

Renan Calheiros e Eduardo Braga, por ainda ocuparem mandatos no Senado, têm foro privilegiado, o que implica que o indiciamento e uma eventual denúncia seguirão tramitando no STF. Por outro lado, a parte da investigação relacionada a Romero Jucá, que não possui mais mandato, deverá ser encaminhada à Justiça Federal no Distrito Federal.

Em nota, a defesa de Romero Jucá expressou seu repúdio ao indiciamento, afirmando que a Polícia Federal se baseou exclusivamente na delação premiada de um executivo da Hypermarcas. A defesa sustentou que Jucá colaborou efetivamente com a investigação, apresentando os esclarecimentos necessários e se colocando à disposição das autoridades.

Além disso, a nota argumenta que o inquérito representa uma tentativa de criminalizar a política, ressaltando que as conexões entre parlamentares e setores empresariais são inerentes à função pública. A defesa também defende que doações legítimas para campanhas políticas, devidamente aprovadas pela Justiça Eleitoral, não podem ser consideradas como contrapartidas a atos de corrupção.

Por fim, a defesa reafirma a inocência de Jucá, repudiando as alegações do delator, que considera desprovidas de credibilidade e indícios que sustentem uma relação entre a atuação do ex-senador e as doações citadas.

 

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