O game da vida real. Após comentário do ex-BBB Rodolffo, sobre o participante João, virou caso de inquérito policial

O game da vida real. Após comentário do ex-BBB Rodolffo, sobre o participante João, virou caso de inquérito policial 

O comentário gerou agito dentro e fora da casa, causando algumas opiniões diversas do público. 

Rodolfoo com a fantasia de homem das cavernas do “Monstro” no BBB. Foto : Divulgação/Internet

Logo quando questionado por seu colega de jogo, João Luiz no momento ao vivo do reality, o sertanejo Rodolffo acabou tratando a fala de João como um exagero. A situação ocorreu na mesma semana quando Rodolffo, em tom de brincadeira, comparou uma peruca de homem das cavernas com o cabelo de seu colega. E apenas no “Jogo da Discórdia” João conseguiu externar esse sentimento de frustração. 

Alegando que não imaginava que teria ofendido o outro brother, Rodolffo ainda teve conversas com outros participantes dentro da casa, para explicar à ele a dimensão do comentário. 

O fato fez com que no dia de sua eliminação, o apresentador Tiago Leifert se pronunciasse de forma didática e respeitosa sobre o caso, legitimando o desconforto que João sentiu. 

Minutos depois de sair, o sertanejo agradeceu ao Programa e diz que foi um aprendizado para sua vida. Desculpando-se em rede nacional ainda dentro e fora da casa. 

“Ponte de ensino para muitas outras pessoas que ainda são desinformadas”. 

 

Entretanto neste meio tempo, a Secretaria de Polícia Civil do Rio de Janeiro, já estava entrando em processo para investigar se houve crime de preconceito racial. O caso dividiu opiniões na internet, onde por um lado pessoas veem como um preconceito estrutural e por outro, uma “brincadeira” ou “sem intenção”. 

 

“As brincadeiras, as piadas são uma forma muito perversa de reprodução do racismo. Porque, além de você ter esse elemento de negação do conflito que existe no Brasil, deixa a vítima do racismo numa posição acuada porque ela está ali envolvida num ambiente de humor”, analisa Paulo César Ramos, doutor em Sociologia USP e Pesquisador do Afro – Núcleo de Pesquisa e Formação da Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (CEBRAP-AFRO).

O fato de comentários preconceituosos serem passados em tom de “brincadeira” ou “piada” camufla um ato criminoso, que está presente na nossa sociedade à centenas de anos. A vítima de sente descredibilizada e em um cenário  que não consegue legitimar sua dor. 

Segundo Paulo César e Luana Génot – fundadora e diretora-executiva do Instituto Identidades do Brasil (ID_BR) – , racismo vai “muito além das palavras, ações ou atitudes contra um indivíduo”. “Essa atitude de insultar ou praticar injúrias é apenas a ponta do iceberg”, compara Paulo César Ramos. “É apenas a fase comportamental de um outro sistema, que aí sim, a gente chama de racista. E claro, a atitude acaba sendo racista por reproduzir esse sistema.”

Quando o cantor fez o comentário sobre o cabelo afro do colega de reality ao da peruca da fantasia , ele inferioriza uma característica do outro. Como se aquilo não fosse “bonito” e cria-se uma esfera onde outras pessoas excluem outras pessoas com esse cabelo por ser motivo de “piada”, ou não ser aceitável no estereótipo. Até interferir no campo profissional e pessoal.  

Rodolffo ainda citou o cabelo de seu pai, e seus familiares que são negros, porém acaba sendo uma forma se agregar as minorias,  se isentando de culpa. Essa prática é chamada pelos estudiosos de “Tokenismo”. 

De acordo com Luana, somos todos antirracistas e racistas em processos de descontrução. Pois não há como reverter de um dia para o outro uma sociedade que foi ensinada da maneira errada. O ato racista vai muito além do criminalizado, inconscientemente ao cruzar a rua por ter um indivíduo negro ou atrelar um indígena á uma tribo. 

Há uma necessidade de julgar a vítima e como ela reage, do que propriamente quem praticou o ato.  Racismo é racismo com ou sem intenção. 

 

Por: Monserrat Artázcoz

 

1 Comentário
  1. Sou a Marina Almeida, gostei muito do seu artigo tem
    muito conteúdo de valor parabéns nota 10 gostei muito.

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