Nicolás Maduro ordena patrulhamento policial e militar por todo país na Venezuela

Ao menos 749 pessoas foram presas devido aos protestos

Protesto contra resultado eleitoral que aponta vitória de Maduro, em Caracas ; 30/07/2024REUTERS/Gaby Ora

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, ordenou nesta terça-feira (30) patrulhas militares e policiais em todo o país e a ação começou a valer a partir desta quarta-feira (31). A medida vem em meio a protestos contra os resultados eleitorais da eleição presidencial, que apontam o líder venezuelano como vencedor.

Os protestos, que o governo denunciou como uma tentativa de “golpe”, começaram na segunda-feira (29), depois que a autoridade eleitoral do país sul-americano declarou que Maduro havia conquistado um terceiro mandato com 51% dos votos, estendendo um quarto de século de governo socialista.

Ao menos 749 pessoas foram presas devido aos protestos na Venezuela, segundo informou o procurador-geral do país, Tarek William Saab, nesta terça-feira (30). Além disso, 11 pessoas morreram, de acordo com a ONG Fórum Penal.

A oposição, que considera que o órgão eleitoral está no bolso de um governo ditatorial, diz que Gonzalez teve mais que o dobro de votos que Maduro, com base nas contagens de 90% dos votos que conseguiu acessar.

Maduro culpou o candidato da oposição Edmundo Gonzalez e a líder da oposição Maria Corina Machado pelas manifestações que eclodiram no país após o anúncio dos resultados das eleições do último domingo (28). Em um discurso sinuoso, o presidente declarou que manifestantes da oposição espancaram civis e iniciaram incêndios, exigindo que Gonzalez responda por eles.

“Pare com a violência, Sr. Covarde!”, gritou Maduro após dizer que Gonzalez e Machado deveriam ser responsabilizados.

Brasil foi decisivo para eleição na Venezuela e só se posicionará após atas
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse nesta quarta-feira (31) que o Brasil foi decisivo para que acontecessem eleições na Venezuela e para que a oposição participasse do pleito e que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva só irá se manifestar sobre o resultado após a divulgação das atas das seções eleitorais pelas autoridades venezuelanas.