Mudanças climáticas e saúde

Mudanças climáticas e saúde

Um estudo recente publicado pela revista científica *The Lancet* revela que as mudanças climáticas estão afetando profundamente a saúde global, com 10 dos 15 indicadores de ameaças à saúde se agravando devido ao aumento das temperaturas. Em 2023, ondas de calor prolongadas expuseram as pessoas a temperaturas perigosas em média 50 dias a mais, e o impacto na população idosa é alarmante: as mortes de pessoas com mais de 65 anos devido ao calor extremo aumentaram 167% desde 1990. Esses dados mostram que os efeitos climáticos ultrapassam o meio ambiente e representam uma crise para a saúde pública.

As mudanças climáticas também estão alterando o padrão de doenças tropicais, como a dengue. Com o aumento do calor e da umidade, a capacidade de reprodução do mosquito da dengue aumentou, levando a um recorde histórico de 5 milhões de casos em mais de 80 países em 2023. Além disso, a dengue foi registrada em locais onde a doença é rara, como Estados Unidos, Itália e França, elevando o risco de transmissão pelo mosquito Aedes aegypti em 11% em relação à última década. Esse aumento se soma às preocupações globais com o aumento da vulnerabilidade das populações a novas epidemias.

Além das doenças, o estudo destaca o impacto das secas prolongadas e das mudanças nos padrões climáticos sobre a segurança alimentar, agravando a fome em várias regiões. A pesquisadora Marina Romanello, diretora do programa de estudos da *The Lancet* e pesquisadora da University College, de Londres, afirmou que os resultados deste ano são os mais preocupantes em oito anos de monitoramento. Romanello alerta que, apesar da gravidade, a opinião pública ainda subestima o tamanho da crise e seus efeitos diretos sobre a saúde.
Com a COP 29 se aproximando, que será realizada no Azerbaijão a partir de 11 de novembro, os autores do estudo esperam que essa seja uma oportunidade para que líderes globais assumam compromissos mais ambiciosos. Eles defendem que os trilhões de dólares atualmente gastos em combustíveis fósseis, que intensificam a crise climática, sejam redirecionados para proteger a saúde pública. Para eles, é essencial priorizar políticas que reduzam a emissão de poluentes e ampliem a resiliência dos sistemas de saúde frente às ameaças climáticas.

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