Chefe da UE promete ação à ilha italiana atingida por explosão de imigrantes
Von der Leyen ilha de Lampedusa após primeira-ministra italiano ter apelado aos líderes europeus para que ajudassem; quase 130 mil imigrantes chegaram às costas italianas neste ano
A chefe da União Europeia (UE), Ursula von der Leyen, prometeu ações para ajudar a ilha italiana de Lampedusa, que luta para lidar com um fluxo de imigrantes, durante uma visita ao local neste domingo (17).
Von der Leyen visitou um centro de recepção de imigrantes na ilha depois de o primeira-ministra italiano ter apelado aos líderes europeus para que ajudassem mais. Quase 130 mil imigrantes chegaram às costas italianas neste ano, quase o dobro do mesmo período do ano passado.
Falando ao lado da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, numa conferência de imprensa, von der Leyen disse: “Decidiremos quem vem para a União Europeia e em que circunstâncias, impediremos contrabandistas e traficantes”.
A ilha de Lampedusa tem uma população de menos de 7.000 habitantes e é há muito tempo o primeiro porto de escala para pessoas que atravessam o norte de África para a Europa.
A ilha registou recentemente um aumento nas travessias de imigrantes, com as autoridades italianas a afirmarem que 7.000 pessoas chegaram em apenas dois dias, o que levou o presidente da câmara local e a agência de refugiados das Nações Unidas a alertarem que a ilha italiana pode ficar sobrecarregada.
A primeira-ministra italiana e a chefe da UE reuniram-se no domingo para “oferecer uma resposta coordenada das autoridades italianas e europeias”, segundo von der Leyen. “Temos uma obrigação como parte da comunidade internacional. Cumprimos isso no passado e o faremos hoje e no futuro.”
A presidente da Comissão Europeia prosseguiu dizendo que “a migração é um desafio europeu e precisa de uma resposta e solução europeia”.
Meloni disse que o “problema” não pode ser resolvido através da redistribuição dos imigrantes dentro das fronteiras europeias, mas exige antes que o problema seja resolvido externamente e impedida a partida dos imigrantes.
Entretanto, von der Leyen defendeu vias legais e corredores humanitários como medidas para combater as “mentiras dos contrabandistas”.
“Ofereceremos aos migrantes alternativas reais através desta admissão humanitária. Isto é muito importante para quebrar a narrativa cruel dos contrabandistas”, disse ela.
A visita de Von der Leyen à ilha ocorre depois do presidente daar Câma, Filippo Mannino, ter alertado na quinta-feira (14) que a crise migratória de Lampedusa tinha atingido um “ponto sem retorno”.
A representante da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) para Itália, Santa Sé e São Marino, Chiara Cardoletti, descreveu na sexta-feira (15) a situação como “crítica” e disse que a retirada de pessoas da ilha é “uma prioridade absoluta”.
Muitas das últimas pessoas a chegar fugiram da instabilidade política na Tunísia. Nos anos anteriores, a maioria veio da Líbia e foi resgatada por navios de caridade de ONGs e equipes de resgate italianas, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
O grupo teme agora que os números aumentem ainda mais após as inundações catastróficas na Líbia.
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