Australiana viralizou com apresentação de breaking nos Jogos Olímpicos de Paris 2024

Australiana viralizou com apresentação de breaking nos Jogos Olímpicos de Paris 2024

Rachael Gunn é professora, palestrante e tem doutorado sobre gênero e a cultura do breaking

Foto: REUTERS/Angelik

Raygun é o nome de b-girl (competidora do breakdance) de Rachel Gunn. Ela foi representante da Austrália nos Mundiais da modalidade entre 2021 e 2023. Além disso, a dançarina também é professora da Universidade Macquarie, em Sydney, e tem doutorado em estudos culturais, analisando justamente a política cultural e de gênero do break.

A dançarina não conseguiu registrar um único ponto em suas batalhas contra Logistx dos EUA, Syssy da França e Nicka da Lituânia, perdendo por 18 a 0 em cada ocasião. Raygun focou em outra linha, sem necessariamente desafiar as adversárias no mesmo estilo, mas com movimentos próprios. “Eu nunca ganharia destas garotas com o que elas têm de melhor, a dinâmica e os fortes movimentos. Então eu quis fazer diferente, ser artística e criativa, porque quantas vezes eu vou ter a chance na vida de fazer isso ao nível internacional?”, explicou.

Martin Gilian, chefe da arbitragem do breaking na Olimpíada, comentou sobre as notas recebidas pela b-girl. Conhecido como MGbility, o juiz explicou que as pontuações da modalidade – que foi avaliada por nove árbitros – são dadas conforme comparações feitas entre o que é apresentado por cada competidor. “Temos cinco critérios no sistema de julgamento comparativo. Só que o nível dela talvez não fosse tão alto quanto o das outras competidoras”, afirmou ao jornal britânico Metro.

Para Martin Gilian, Rachael não recebeu votos justamente porque ficou abaixo das demais b-girls: “Suas concorrentes foram melhores, mas isso não significa que ela foi mal. Ela fez o melhor que pode”. Essa não foi a visão do público, no entanto, que transformou a participação da pesquisadora em uma grande piada.

“Pessoalmente, eu sinto muito”, disse MGbility. Ele garantiu que a comunidade do breaking apoia a professora. “Ela estava apenas tentando trazer algo novo, algo original e que representasse seu país.” Entre os movimentos de Raygunestava um em que ela imitava um canguru, animal símbolo da Austrália. “No breaking, quando você procura por inovações ou originalidade, sempre procura fora da dança. Artes marciais, como os animais se movem, qualquer coisa”, comentou.

Raygun também recebeu apoio de dirigentes do breaking. Secretário-geral da Federação Mundial de DanceSport, Sergey Nifontov, disse que entrou em contato com a b-girl e com dirigentes da equipe olímpica australiana. “Oferecemos o nosso apoio. Estamos cientes do que aconteceu, principalmente nas redes sociais, e definitivamente devemos colocar a segurança da atleta, neste caso, a segurança mental em primeiro lugar”, afirmou Nifontov.

Rachael Gunn não pareceu se abalar pelas críticas. “Não tenha medo de ser diferente, vá lá e se represente, você nunca sabe aonde isso vai te levar”, postou em suas redes sociais. Aos 36 anos, ela considerava sua participação nos Jogos Olímpicos como uma oportunidade “que só acontece uma vez na vida”.

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