Brasil será inabitável em 50 anos?
Entenda estudo da Nasa sobre ‘Brasil inabitável’ em 50 anos
Estudo divulgado pela Agência Espacial Americana (Nasa) traz um alerta para o Brasil: algumas áreas do país podem se tornar inabitáveis nos próximos 50 anos devido ao aumento das temperaturas, uma das consequências das mudanças climáticas.
O alerta sobre a possibilidade de algumas regiões do mundo se tornarem inabitáveis vem de um estudo conduzido por Colin Raymond do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA. Publicado na revista Science Advances, o estudo analisou extremos de calor e umidade.
O conceito de habitabilidade é definido com base no contexto de “calor úmido mais extremo”, uma condição meteorológica caracterizada por altas temperaturas e altas taxas de umidade relativa do ar. A combinação de calor extremo e alta umidade pode comprometer a capacidade do corpo humano de se autorregular termicamente, tornando certas áreas inabitáveis.
“Um dos principais mecanismos que nós temos para regular a temperatura do nosso corpo é o suor. O suor, à medida que vai evaporando, vai retirando o calor excessivo do nosso corpo, só que dependendo do nível de umidade, ele pode ter dificuldade em evaporar”, esclareceu o professor Pedro Côrtes, analista de clima e meio ambiente da CNN.
Um relatório da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Mundial de Meteorologia (OMM) informou que, entre 2000 e 2019, o calor matou 489 mil pessoas por ano no mundo. Como esses números são subnotificados, acredita-se que pelo menos 14,6 milhões de pessoas possam ter morrido por ano de calor.
“Nós temos que torcer muito para que os países assumam a responsabilidade de começar rapidamente a reduzir as emissões de gases do efeito estufa. Em 2023, as emissões subiram em relação a 2022. Em 2024, elas continuam altas. Talvez a maior emissão seja em 2025. Depois, a previsão é estabilizar e começar a reduzir, mas a velocidade de redução tem que ser gigantesca”, destacou o climatologista Carlos Nobre para a Agência Brasil.
Andrea Ramos, especialista em meteorologia tropical e meteorologista no Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), ressaltou que a pesquisa trabalha com cenários abertos, baseados em experiências e observações. Por isso, por mais que o mundo esteja vivenciando o aumento de eventos extremos, com a temperatura média global evoluindo, ainda é necessário cautela ao dar ‘datas’.
No último domingo (21) o planeta teve seu dia mais quente da história recente. De acordo com dados do Serviço de Mudança Climática Copernicus (C3S), o observatório climático europeu, a média global diária chegou no recorde de 17,09°C — desbancando os 17,08 ºC registrados em 6 de julho de 2023.
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