Mobilizações envolveram estudantes da rede pública, ONGs e entidades públicas para a limpeza de praias, restingas e manguezais do município

A Semana Mundial de Limpeza do Litoral, em Cabo Frio, encerrou-se com mais de 880 quilos de resíduos recolhidos de praias, manguezais, restingas e zonas de preservação da cidade. Realizada na última semana pela Secretaria de Meio Ambiente, Clima e Saneamento, a iniciativa reuniu centenas de voluntários, alunos da rede municipal, grupos ambientalistas, órgãos públicos e moradores em uma sequência de mutirões de limpeza, triagem e atividades de educação ambiental.

O início das atividades ocorreu na Praia do Foguete e prosseguiu durante a semana com ações na Praia do Pontal do Peró, no Dormitório das Garças e na Praia das Palmeiras. Essas ações tiveram como foco a conscientização e o debate educativo acerca dos prejuízos causados pelo descarte inadequado de lixo nos ecossistemas costeiros. O ponto alto da programação foi no sábado (20), Dia Mundial de Limpeza (Clean Up Day), com mutirões realizados ao mesmo tempo na Praia do Forte, Praia do Peró, Manguezal do Chavão, em Tamoios, e na Ilha do Japonês.

Conforme declarou o secretário de Meio Ambiente, Clima e Saneamento, Jailton Nogueira, a programação cumpriu a função de unir forças pela preservação e, de modo especial, de consolidar a educação ambiental no município. “A Semana Mundial de Limpeza do Litoral demonstrou que cada indivíduo é capaz de contribuir quando o tema é preservação. Não se resume apenas à retirada do lixo, mas à formação de cidadãos conscientes, que entendam a sua responsabilidade na defesa do litoral”, disse.

As ações fizeram parte do programa Cabo Frio Educada e do calendário de iniciativas de educação ambiental do programa Bandeira Azul, que promove a certificação de qualidade ambiental das praias.

A Semana Mundial de Limpeza do Litoral também produziu números relevantes nas praias do município incluídas no Programa Bandeira Azul: a Praia do Peró, que já possui a certificação, e as praias do Foguete e do Pontal do Peró, que pleiteiam o selo internacional.

Na Praia do Peró, o mutirão teve a colaboração de alunos da Escola Municipal Evaldo Salles e da associação “Amigos do Peró”. No local, foi anotada a coleta de apenas quatro quilos de resíduos, formados majoritariamente por pontas de cigarro e pequenos pedaços de plástico. Essa quantidade, muito inferior se comparada a outras áreas da programação, mostrou a efetividade das limpezas manuais diárias, que são uma exigência do programa Bandeira Azul, e confirmou a qualidade do serviço de manutenção.

Por outro lado, na Praia do Foguete e na Praia do Pontal do Peró, ambas candidatas à certificação, os mutirões removeram mais de 80 quilos de resíduos em cada uma. Segundo a bióloga Luísa Rieth, coordenadora do programa em Cabo Frio, a disparidade em relação ao Peró ressaltou a necessidade de firmar o programa, que, com o passar do tempo, ajuda a diminuir gradualmente a quantidade de lixo e a conservar os ecossistemas costeiros. “Esse contraste comprovou a eficácia e as consequências positivas da certificação, já implementada no Peró, e o empenho em levar os mesmos critérios de gestão, limpeza e educação ambiental para as outras praias candidatas”, explicou.

Além das coletas nas Praias Bandeira Azul, teve início uma pesquisa sobre microplásticos, comandada pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O estudo objetivou analisar os efeitos do descarte irregular e orientar políticas públicas dedicadas ao enfrentamento do lixo marinho, em especial o plástico, material que pode durar na natureza por milhares de anos, dividindo-se em partes cada vez menores.