Em meio ao aumento da pressão internacional, Papa Francisco pede ‘busca pela verdade’ na Venezuela 

Em meio ao aumento da pressão internacional, Papa Francisco pede ‘busca pela verdade’ na Venezuela 

Foto: Alberto PIZZOLI / AFP

O papa Francisco fez um apelo neste domingo (4) para que “busquem a verdade” na Venezuela, em meio a denúncias de fraude envolvendo a reeleição do presidente Nicolás Maduro, enquanto a líder da oposição, María Corina Machado, agradeceu o pedido de sete países europeus para que sejam divulgadas as atas de votação.

O apelo ocorreu após pedidos dos Estados Unidos e de vários países da América Latina e da Europa para que sejam divulgadas as atas das polêmicas eleições presidenciais realizadas em 28 de julho. Os protestos contra a vitória de Maduro já deixaram pelo menos 11 civis mortos, segundo organizações de direitos humanos, e mais de 2.000 detidos.

“Faço um apelo sincero a todas as partes para que busquem a verdade, ajam com moderação, evitem qualquer tipo de violência, resolvam as controvérsias através do diálogo e tenham em mente o verdadeiro bem da população e não interesses partidários”, disse Francisco para uma multidão, após a oração dominical do Angelus na Praça de São Pedro, no Vaticano.

Maduro foi confirmado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) como presidente reeleito com 52% dos votos, contra 43% do opositor Edmundo González Urrutia, que concorreu no lugar de Machado, impedida pela justiça de ocupar cargos públicos. Com isso, o governante de esquerda assumiria um terceiro mandato, projetando-se para um total de 18 anos no poder.

No entanto, a oposição publicou em um site atas que dariam a González 67% dos votos.

A autoridade eleitoral ainda não divulgou resultados detalhados da votação e alegou que seu sistema foi alvo de um “ataque hacker em massa”. Maduro e altos funcionários desconsideram a validade dos documentos divulgados pela oposição.

Após aparecer em público no sábado (3) em uma manifestação em Caracas, a líder da oposição agradeceu neste domingo aos governos de Alemanha, Espanha, França, Itália, Países Baixos, Polônia e Portugal por seu “compromisso com a democracia”, após o pedido desses países para que sejam divulgadas as atas da eleição presidencial da Venezuela.

No sábado, em uma declaração publicada pelo governo italiano, os sete países europeus expressaram “forte preocupação” e solicitaram às autoridades venezuelanas “publicar rapidamente todos os registros” das eleições para garantir a “total transparência”.

“Em nome dos venezuelanos, agradeço este importante comunicado”, escreveu Machado na rede social X. “Apoiamos a exigência de que se verifique o quanto antes, a nível internacional e independente, as atas que apresentamos”, acrescentou.

Os Estados Unidos, que mantêm sanções financeiras contra a Venezuela para pressionar Maduro, também apoiaram a oposição ao afirmar que há “evidências esmagadoras” de uma vitória de González Urrutia.

Peru, Argentina, Uruguai, Equador, Costa Rica e Panamá também reconheceram González Urrutia como vencedor das eleições presidenciais. Países como Brasil, Colômbia e México tentam promover um acordo político. Rússia e China, por outro lado, apoiaram o presidente chavista.

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